10 de dezembro de 2012

Metamodelo de Linguagem – Parte I


Metamodelo de Linguagem – Parte I



O Metamodelo é a maneira como o indivíduo busca traduzir suas representações interiores, ou sua maneira de pensar através das palavras (perguntas). Criamos conflitos e diferenças e nos aproximamos por semelhanças. O Metamodelo é constituído de padrões disponibilizando a cada um de nós uma forma eficaz para identificar omissões, distorções ou generalizações na fala do outro. Cada padrão disponibiliza uma pergunta, um desafio para podermos chegar à parte mais profunda do discurso alheio. É o processo de observar um evento ou série de eventos e “quebrá-los” em partes menores, para entendê-los e reproduzi-los.

A linguagem é considerada a estrutura superficial da comunicação, enquanto os filtros mentais representam a estrutura profunda. Mal-entendidos, distorções e conflitos são gerados porque a comunicação que ocorre no dia-a-dia acontece na estrutura superficial.



A habilidade em obter e transmitir idéias com precisão gera compreensão e respostas rápidas. Dentro de uma empresa o resultado é excelente. Um diretor que sabe pedir aquilo que quer terá como retorno uma ação eficaz por parte de seus colaboradores. Com o Metamodelo é possível descobrir como fazer perguntas para obter respostas específicas e a melhor qualidade possível de informações. Por exemplo, uma pessoa que constantemente diz ou pensa: "Sou fraca" Pode-se perguntar: "fraca comparada a quem?", "Em todos os momentos?", “algumas pessoas me aborrecem”, não é possível formar um quadro completo da situação. É necessário perguntar “como”: “Como especificamente essas pessoa o aborrece?”.

Para se usar os padrões do Metamodelo de forma adequada, dois fatores são importantes: saber ouvir sempre as palavras do interlocutor e captar adequadamente a sua comunicação não verbal, e manter o rapport.  Vale ressaltar a importância da utilização correta dessa técnica, pois ela pode causar desconforto ao interlocutor. O cuidado com a entonação, a atitude e a musicalidade na sua voz são importantíssimos. Uma pergunta feita de maneira arrogante ou ameaçadora pode destruir o rapport e acabar com qualquer chance de aplicar a técnica.

Falarei dos padrões de Metamodelos mais utilizados e como colocá-los em prática. O principal é saber fazer uma cuidadosa formulação de objetivos para estar ciente do que buscar na fala do outro. Espere pelas palavras, preste atenção na fala, lance mão de perguntas a fim de se chegar à origem desejada.

Perguntas bem formuladas, ou Metamodelo, constituem instrumentos poderosos para ir ao encontro do que realmente desejamos. As perguntas direcionam imediatamente o foco de concentração e recuperam informações valiosas que podem estar eliminadas da mente consciente. São exatamente essas distorções, generalizações e suposições que podem ser desafiadas para se obter uma comunicação eficiente com o maior número de informações. A mente tem a tendência natural de suprir a falta de informações subjetivas com figuras imaginárias criadas por ela mesma. Elas entram pelo filtro das generalizações, eliminações e distorções, e o produto filtrado está longe da realidade externa do acontecimento. O risco é acreditar e sofrer muito, e desnecessariamente, por causa desse modelo ou mapa representativo distorcido da realidade.

Distorções e Omissões - Ele está sempre bem arrumado; É elegante demais; É charmoso; Faz muito sucesso pelo seu jeito de ser; A maioria das mulheres o acha uma graça; É muito simpático;

Generalizações – Toda mulher dirige mal; Todas as vezes que chego a casa tenho problemas; Todo cliente quer se dar bem;

Quais Padrões de Metamodelos de Linguagem mais usados podemos destacar:  

Deleção: é ocultar algo. É impossível descrever experiências com todos os detalhes sem suprimir detalhes ou a idéia geral da narrativa. O problema é apagar informações vitais ou importantes. O bom comunicador deve atentar-se ao receber uma comunicação deletada, pois a mente do receptor costuma preencher o espaço da deleção com suas próprias referências pessoais. Muitas vezes ouvimos frases do tipo: "Estou confuso", "Estou surpreso" ou "Estou deprimida". As palavras "confuso", "surpreso", "deprimido", são predicados, palavras que exprimem ação, referem-se a um relacionamento entre diferentes coisas. Quando alguém está confuso com algo que foi deletado da comunicação, se quisermos descobrir ou acessar essa informação, teríamos que lançar mão do Metamodelo e perguntar: "Você está confuso com o quê especificamente?", ou "O que exatamente está confundindo você?"

Nominalizações: Também chamada de substantivação do verbo, é um processo que transforma um verbo em algo estático. Por exemplo, se o emissor diz: "Sinto falta de amor". A pergunta poderá ser: "Como você gostaria de ser amado? Se a pessoa diz: "A felicidade é mais importante", a pergunta é "Quem está feliz e de que maneira especificamente? A nominalização é também uma forma de deleção, pois deleta-se certas informações sobre o processo daquilo que se está falando.

Índice de referencial não específico: É a eliminação, ausência de referência, do nome, numa frase ou comunicação. Frases como: "Eles me irritam", "As mulheres são assim", são frases não específicas, em que pessoas ou coisas foram deletadas.

Quantificador universal: são palavras que tem significados radicais, ocorre com as palavras: todo, cada, sempre, nada, ninguém, nunca, nenhum, tudo. São situações que podem ter ocorrido umas duas ou três vezes e são generalizadas como se acontecessem sempre. Exemplos: "Crianças são bagunceiras", "Os homens são infiéis".

Operador modal de possibilidade e necessidade: englobam todas as capacidades ou deficiências do indivíduo. Exemplo: "Eu não consigo fazer isto". "Eu posso fazer aquilo". São coisas do tipo: posso, não posso, é possível, é impossível". Os operadores modais de necessidade: "devo", "não devo", "tenho que", é "necessário que". Indica em suas sentenças que aquela pessoa está numa situação em que não tem outras opções a escolher, limitando-se a situação de fatalismo ou de obrigatoriedade. As perguntas neste caso podem ser: "O que te impede de?", "O que aconteceria se você não fizesse?" Ou "O que poderá acontecer se você não fizer?"

Causa e Efeito: Trata-se de duas situações ou experiências ligadas por uma relação de Causa e Efeito. Se dissermos: “Ela me causa muita dor” ou problemas ou me faz mal, ou o olhar dela me deixa incomodado, estou pressupondo uma conexão entre essas duas situações, ela e meu incômodo. É importante saber que as causas podem ser bem diferentes daquelas em que nossa limitação mental possa acreditar. Na maior parte do tempo desconhecemos a enorme variedade de causas que levaram a um determinado efeito.

Equivalência complexa: Ocorre quando duas situações totalmente diferentes se relacionam uma com a outra, como uma relação de causa e efeito. Exemplo: "Ela está gritando comigo... ela me odeia". Podemos perguntar: "Os gritos dela sempre significam que ela o odeia? Você já gritou com alguém que não odeie?".

Execução perdida: É um julgamento ou avaliação de uma situação qualquer na qual o autor, o contexto e as condições ou critérios deste julgamento foram eliminados. Caracteriza-se pelo uso de palavras, tais como: "é bom, é mau, é certo, é errado, é verdade, é falso". O desafio, para completar a linguagem é procurar a fonte de informação ou autoria, o contexto, procurando conscientizar-se de que esta é uma deleção e generalização no mapa do sujeito. Podemos perguntar: "É certo para quem?" "Em que situação?" "Errado para quem?".


Muitas dificuldades na comunicação seriam facilmente superadas com a compreensão e o uso adequado dos Padrões de Metamodelo. Arrisque-se, preste mais atenção ao que dizem a você. Eu os desafio a OUVIR livres de barreiras e crenças pré-criadas, por uma semana, e tenho a certeza que descobrirá o quanto pode melhorar. No próximo post falaremos sobre o Metamodelo com os níveis lógicos, auxiliando-os a capacitar e chegar ainda mais fundo nas crenças, valores e modelos utilizados por seus interlocutores.




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