20 de maio de 2013

Competências Gerenciais e Aptidões Cerebrais

Competências Gerenciais e Aptidões Cerebrais



As competências são entendidas como combinações de conhecimentos, habilidades e atitudes, expressas pelo desempenho profissional em determinada função, competências individuais em conjunto com a estratégia organizacional. Prahalad, doutor em Administração por Harvard considerado o mais influente pensador do mundo dos negócios e Hamel, especialista em gestão, definem a competência organizacional como sendo o conjunto de conhecimentos, habilidades, tecnologias, sistemas físicos, gerenciais e valores que geram diferencial competitivo para a organização.

A competência é assumida por um coletivo, mas depende de cada pessoa individualmente. O trabalho em equipe fornece um quadro e um referencial para a ação de cada pessoa e formaliza a convergência necessária das ações profissionais, mas cada pessoa torna-se importante em si mesma. Portanto, a competência gerencial é um fator essencial que interliga as capacidades individuais com as organizacionais.

A importância do desenvolvimento das competências gerenciais é indispensável na condução das equipes, tornando-as mais eficientes e competitivas. Ela está associada ao nível de habilidades que suas tarefas exigem. Katz (apud MAXIMIANO, 2007) afirma que "habilidade é a capacidade de transformar conhecimento em ação e que resulta em um desempenho desejado". As habilidades podem ser:

• Habilidades Técnicas: relacionadas com o "fazer", ou seja, trabalhar com processos materiais ou objetivos físicos. Envolvem o uso de conhecimento especializado e facilidade na execução de técnicas relacionadas com o trabalho e com o processo de realização;

• Habilidades Humanas: relacionadas ao trabalho com pessoas. Envolvem o relacionamento interpessoal e a capacidade de comunicar, motivar, coordenar, liderar e resolver conflitos pessoais;

• Habilidades Conceituais: relacionadas com o pensar. Envolvem a facilidade em trabalhar com ideias e conceitos, teorias e abstrações, e a visão da organização ou da unidade organizacional como um todo.

Conforme o gestor sobe na hierarquia organizacional, a importância da competência técnica diminui, evidenciando mais as habilidades conceituais. As habilidades humanas devem ser igualmente utilizadas em todos os níveis. Os diversos ambientes organizacionais, por terem objetivos e características específicos, requerem habilidades próprias para aquele determinado setor, e os papéis gerenciais podem se alterar, conforme o crescimento que o cargo exigir. Assim, por exemplo, um gestor que atuaria num nível técnico, poderia apresentar um papel mais de controle; já um gestor de nível conceitual, apresentaria um papel inovador ou negociador. Em nível humano, o de facilitador.

Uma competência não está associada apenas na aquisição de determinadas habilidades, mas implica na detenção tanto de um conhecimento quanto da capacidade comportamental de agir de maneira adequada. Para desenvolver determinadas competências é preciso não só apresentar o conhecimento teórico como ter a oportunidade de praticá-las.

É importante destacar que cada papel é complementar àqueles que lhe fazem fronteira e contrasta com aqueles com os quais se opõem. Por exemplo, o papel facilitador é complementar ao papel de mentor e monitor e contrasta com o papel de produtor. No entanto, um gerente pode apresentar vários estilos ao mesmo tempo ainda que contrastantes. Por exemplo, pode ter competências do perfil inovador e do perfil coordenador. Os perfis se adaptam dependendo das aptidões mentais e capacidades de cada pessoa.

As competências pessoais consistem nos atributos que uma pessoa apresenta na gestão de si próprio, conduzindo os seus negócios, e, sobretudo, controlando suas ações. Competências pessoais estabelecem as bases para interações com os outros, tanto em um ambiente empresarial como social. Tais competências são aproveitadas com maior eficiência, na organização, quando existe uma gestão que favoreça um ambiente propício para aplicá-las. Cabe aos gestores esta responsabilidade de alavancar e direcionar esforços, conduzindo as diversas funções existentes ao cumprimento dos objetivos organizacionais.

Neste sentido, associar competências gerenciais com aptidões cerebrais pode ser uma ferramenta para auxiliar os gestores no processo de gestão do capital intelectual, visando identificar os perfis exigidos para determinadas funções, facilitando o processo de recrutamento e seleção de pessoas, agregando, assim, vantagens competitivas à organização.