Competências Gerenciais e Aptidões Cerebrais
As competências são entendidas como
combinações de conhecimentos, habilidades e atitudes, expressas pelo desempenho
profissional em determinada função, competências individuais em conjunto com a
estratégia organizacional. Prahalad, doutor em
Administração por Harvard considerado o mais influente pensador do mundo dos
negócios e Hamel, especialista em gestão, definem a
competência organizacional como sendo o conjunto de conhecimentos, habilidades,
tecnologias, sistemas físicos, gerenciais e valores que geram diferencial
competitivo para a organização.
A competência é assumida por um coletivo,
mas depende de cada pessoa individualmente. O trabalho em equipe fornece um
quadro e um referencial para a ação de cada pessoa e formaliza a convergência
necessária das ações profissionais, mas cada pessoa torna-se importante em si
mesma. Portanto, a competência gerencial é um fator essencial que interliga as
capacidades individuais com as organizacionais.
A importância do desenvolvimento das competências
gerenciais é indispensável na condução das equipes, tornando-as mais eficientes
e competitivas. Ela está associada ao nível de habilidades que suas tarefas
exigem. Katz (apud MAXIMIANO, 2007) afirma que "habilidade é a capacidade
de transformar conhecimento em ação e que resulta em um desempenho
desejado". As habilidades podem ser:
• Habilidades Técnicas: relacionadas com o
"fazer", ou seja, trabalhar com processos materiais ou objetivos
físicos. Envolvem o uso de conhecimento especializado e facilidade na execução
de técnicas relacionadas com o trabalho e com o processo de realização;
• Habilidades Humanas: relacionadas ao
trabalho com pessoas. Envolvem o relacionamento interpessoal e a capacidade de
comunicar, motivar, coordenar, liderar e resolver conflitos pessoais;
• Habilidades Conceituais: relacionadas com
o pensar. Envolvem a facilidade em trabalhar com ideias e conceitos, teorias e
abstrações, e a visão da organização ou da unidade organizacional como um todo.
Conforme o gestor sobe na hierarquia
organizacional, a importância da competência técnica diminui, evidenciando mais
as habilidades conceituais. As habilidades humanas devem ser igualmente
utilizadas em todos os níveis. Os diversos ambientes
organizacionais, por terem objetivos e características específicos, requerem
habilidades próprias para aquele determinado setor, e os papéis gerenciais
podem se alterar, conforme o crescimento que o cargo exigir. Assim, por
exemplo, um gestor que atuaria num nível técnico, poderia apresentar um papel
mais de controle; já um gestor de nível conceitual, apresentaria um papel
inovador ou negociador. Em nível humano, o de facilitador.
Uma competência não está associada apenas
na aquisição de determinadas habilidades, mas implica na detenção tanto de um
conhecimento quanto da capacidade comportamental de agir de maneira adequada.
Para desenvolver determinadas competências é preciso não só apresentar o
conhecimento teórico como ter a oportunidade de praticá-las.
É importante destacar que cada papel é
complementar àqueles que lhe fazem fronteira e contrasta com aqueles com os
quais se opõem. Por exemplo, o papel facilitador é complementar ao papel de
mentor e monitor e contrasta com o papel de produtor. No entanto, um gerente
pode apresentar vários estilos ao mesmo tempo ainda que contrastantes. Por
exemplo, pode ter competências do perfil inovador e do perfil coordenador. Os
perfis se adaptam dependendo das aptidões mentais e capacidades de cada pessoa.
As competências pessoais consistem nos
atributos que uma pessoa apresenta na gestão de si próprio, conduzindo os seus
negócios, e, sobretudo, controlando suas ações. Competências pessoais
estabelecem as bases para interações com os outros, tanto em um ambiente
empresarial como social. Tais competências são aproveitadas com maior eficiência,
na organização, quando existe uma gestão que favoreça um ambiente propício para
aplicá-las. Cabe aos gestores esta responsabilidade de alavancar e direcionar
esforços, conduzindo as diversas funções existentes ao cumprimento dos
objetivos organizacionais.
Neste sentido, associar competências
gerenciais com aptidões cerebrais pode ser uma ferramenta para auxiliar os
gestores no processo de gestão do capital intelectual, visando identificar os
perfis exigidos para determinadas funções, facilitando o processo de
recrutamento e seleção de pessoas, agregando, assim, vantagens competitivas à
organização.
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